quinta-feira, abril 10, 2014

SACÓFAGO EGÍPCIO COM 3.300 ANOS ENCONTRADO EM ISRAEL

A arqueologia em Israel não pára de nos surpreender. E o mais interessante é que algumas das mais impressionantes descobertas ocorrem inesperadamente, sem "aviso prévio", quando de escavações para a construção de prédios, abertura de condutas de gás, etc.
E foi isso o que agora aconteceu no vale de Jezreel, na altura em que estavam sendo feitas aberturas no solo para a passagem de uma conduta de gás natural. Uma descoberta rara e inesperada acabou por surpreender os trabalhadores, ao darem-se conta de que tinham acabado de trazer à luz um sarcófago egípcio com 3.300 anos, ainda com os restos mortais e numerosos bens materiais. É a primeira vez nos últimos 50 anos que um caixão antropóide (no formato do corpo humano) é encontrado em Israel.
Este caixão de barro da Idade do Bronze continha uma tampa antropóide com a gravação naturalista da face de um homem com cabelo estilizado ao estilo egípcio, orelhas e, tal como os sarcófagos dos faraós egípcios, as mãos estavam cruzadas sobre o peito na forma usada para os cadáveres. O caixão de barro tinha à sua volta várias peças de louça, vasos e ossos de animais. Dentro do sarcófago estava um esqueleto de uma pessoa adulta, louças, um punhal em
bronze, uma taça de bronze, peças marteladas de bronze e, muito significativo, um raro selo egípcio do Faraó Seti I, encaixado em ouro e fixado num anel. O selo mostra Uraeus (cobra) com asas, o deus egípcio protector do nome e da pessoa do faraó.

O FARAÓ SETI I
O faraó Seti I governou o Egipto entre os anos 1290 e 1279 a.C. e é considerado por muitos egiptólogos como um dos reis mais poderosos da 19ª dinastia. No primeiro ano do seu reinado, Seti I dominou uma revolta no vale israelita de Beit Shean, não muito longe do local onde o sarcófago foi encontrado. Depois de conquistar essa região, o faraó estabeleceu o domínio egípcio em Canaã e instituiu vassalos cananeus para governarem o território a seu mando. Canaã corresponde globalmente ao Levante, ou seja, os territórios actuais do Líbano, Israel, territórios palestinianos, a parte ocidental da Jordânia e o sudoeste da Síria.

A QUEM PERTENCERIA O SARCÓFAGO?
Os arqueólogos não sabem com precisão a quem o sarcófago pertencia, mas o director de escavações da Autoridade para as Antiguidades de Israel, Dr. Ron Be'eri, sugere que os restos mortais podem pertencer a um cananeu rico, e não a um egípcio, uma vez que os egípcios sepultavam tradicionalmente os seus mortos em solo egípcio e os bens materiais encontrados no caixão eram claramente cananeus. 
Próximos ao local deste sarcófago e sepultados num estilo semelhante foram também encontrados os túmulos de dois homens e de duas mulheres que poderiam ter sido membros da mesma família. O falecido poderá ter sido um oficial de origem cananéia ao serviço do governo egípcio, ou então um habitante rico da região e que imitava os costumes egípcios. No entanto, acrescenta Be'eri, "os cananeus não estavam acostumados a sepultar os seus mortos em caixões deste tipo. O estilo deles era diferente."
A Autoridade para as Antiguidades de Israel está a ponderar a hipótese de recolher amostras de ADN do interior do caixão para confirmar se o falecido era originalmente cananeu, ou se era antes um egípcio sepultado em Canaã.

Shalom, Israel!



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